Os riscos do Treinamento Físico Militar - II
Artigo de André Soares - 26/06/2022
“Os riscos do Treinamento Físico Militar”
Fábio Henrique Silva | Ingrid Balbino de Sousa Coelho Vieira | ||
Há nove anos, o Jornal do Brasil publicou meu artigo “Os riscos do Treinamento Físico Militar” (22/05/2013), o qual teve enorme repercussão nacional, notadamente no âmbito das forças militares brasileiras, constituídas pelas Forças Armadas (Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira), polícias militares e corpo de bombeiros estaduais. Isso porque, neste artigo, demonstro fisiológica e cientificamente que, caso houvesse no Brasil investigações sérias e estatísticas fidedignas sobre a miríade de mortes de militares, que vem ocorrendo há décadas nas instituições militares nacionais, durante a prática de suas atividades físicas; constatar-se-ia que não foram fatalidades, como sempre alegado oficialmente. Portanto, todos esses óbitos poderiam e deveriam ter sido evitados por essas instituições.
A extrema gravidade dessas revelações sobre a verdadeira “causa mortis” desse incontável contingente de militares no país, revelaram também as inescapáveis consequências de responsabilização jurídica, civil e criminal, dessas respectivas instituições militares, porquanto patrocinadoras de práticas de atividades físicas cientificamente deletérias à saúde e que levam a óbito.
Após esses nove anos da publicação do meu artigo “Os riscos do Treinamento Físico Militar”, verificam-se as seguintes providências do estado brasileiro a esse respeito:
- A cúpula militar, mais uma vez, ensejou retaliações jurídicas e disciplinares contra mim, pela publicação do artigo.
- A absoluta omissão estatal ante esse inaceitável estado de coisas, e as instituições militares e civis permanecem, reincidentemente, impondo aos seus quadros a prática das referidas atividades físicas, cientificamente prejudiciais à saúde e que levam a óbito.
- Inúmeros outros militares e civis continuam e continuarão a morrer em vão no Brasil, pela imperícia, imprudência, negligência, desídia, ou inépcia dos comandantes e das autoridades institucionais responsáveis.